Brumadense Luiz Amorim é destaque em aluguel de equipamentos no Norte e Nordeste

Brumadense Luiz Amorim é destaque em aluguel de equipamentos no Norte e Nordeste
Foto/Reprodução: Edilson Lima l Ag. A TARDE

O brumadense Luiz Amorim, administrador com quase 20 anos de atuação no mercado de aluguel de equipamentos, foi destaque na coluna Economia & Negócios do Jornal A Tarde. Amorim é líder no mercado nas regiões Norte e Nordeste e já atingiu uma frota de mais de 1.500 equipamentos com recursos próprios. Confira na íntegra a entrevista do administrador brumadense ao periódico.

 

Antes de iniciar no ramo de aluguel de equipamentos, atuava nas Docas, na área operacional. Essa experiência influenciou na sua entrada neste mercado?

Sim, claro. Comecei, efetivamente nessa atividade em 1988, antes de trabalhar na companhia de navegação, no porto de Salvador. Isso foi até 1979. Eu estava na área operacional, mas já pensava em ter um negócio próprio. No final de 79, tinha muita carga paletizada no porto e, para isso, precisava de equipamentos para movimentar. Foi aí que percebi a carência nesse segmento. Só que na época eu ainda não tinha recursos para começar a investir em empilhadeira, daí comecei com outra atividade, dava apoio a conteiners ao fazer limpeza, reparo, pequenos serviços, ou seja, na manutenção. Fiz isso para ter capital de giro e começar a minha a vida. Quando, em 1986, consegui juntar um pouco de dinheiro, comprei uma empilhadeira usada em Santos, São Paulo, à vista, tudo na base do dinheiro, sempre. E continuei a trabalhar dentro do porto com a empilhadeira.

A primeira empilhadeira foi o início de tudo, mas a partir daí como conquistou o próprio espaço e ampliou o negócio fora das docas?

Eu mesmo comecei a operar essa maquininha nos porões do navio, dentro deles mesmo. Às vezes filava a faculdade de administração de empresas porque tinha que faturar dinheiro. Com um ano de trabalho comprei a segundo empilhadeira, e isso tudo foi à vista. Foi assim, a cada ano comprava uma ou duas e sempre atendia o porto, aos navios. Mas em 1996 eu já tinha condições de buscar o mercado fora do navio. Mirei na indústria e outros segmentos. Nesse período, antes de sair do porto,  eu investi em 30 equipamentos, mais ou menos R$ 1 milhão. Quando senti que estava preparado para atuar em outros segmentos vim para Simões Filho,  em 1994, aí comprei uma área nessa região. Assim que cheguei aqui (no CIA) consegui um bom contato com a Coca-Cola, com oito empilhadeiras novas, aí comprei todas novas, mas dessa vez em condições boas de pagamento, não deu para ser à vista. Com a Coca-Cola, e nossa dedicação e bom serviço, fomos ganhando mais mercado e expandimos para outras regiões do Nordeste. Chegamos em Feira de Santana e Vitória da Conquista, na Bahia, depois Ceará, Piauí e fomos embora. Aí, no ano 2000 minha área já estava apertada e comprei uma área maior.

A Coca-Cola é seu maior cliente. Além deles, para quais empresas a L.Amorim presta serviço hoje?

A  Coca-Cola ajudou muito, comprávamos e alugávamos para eles e foi aí que comecei a crescer. Foi o que ajudou a alavancar, era uma referência muito boa. Atendemos à eles no Nordeste todo. É o nosso primeiro grande cliente. Com a vinda da Ford, outro cliente muito bom, que nos ajudou bastante também, os negócios aumentaram muito. Tínhamos uma boa estrutura em Camaçari para atendê-los. O pessoal acreditou na gente e fizemos um trabalho muito bom. Em pouco tempo conseguimos uma frota considerável para atender não só a Ford, mas a fabricantes de peças, pneus, tudo isso. Aí continuamos pelo Nordeste, visitando as capitais, os grandes projetos e fomos trabalhando. Temos também a Cargill Agrícola, Bunge Alimentos, Fortlev, Incenor, Pneus Continental, todas as empresas fabricantes de peças para carros. No sul, em São Paulo, eventualmente fazemos negócios. Fechamos parceria com Cirque du Soleil nas três temporadas em que estiveram por aqui. Nessa época fomos para várias regiões do país. Mas nosso foco mesmo é no Norte e Nordeste. Estamos bem situados por aqui, dando um bom suporte a todos os nossos clientes.

Quantos equipamentos a L.Amorim tem hoje? E empregos, quanto gera?

Saímos de uma empilhadeira, lá no início, ainda no porto e hoje temos 1.550 equipamentos para a atender a todos os nossos clientes. Quanto a equipe de funcionários, são 200. No começo tínhamos 10 funcionários porque normalmente meus equipamentos são alugados sem mão-de-obra, só alugamos o equipamento e fazemos a manutenção, o resto é por conta do contratante. Mas a empresa é uma escola e me orgulho disso. Desenvolvemos um treinamento específico para os nossos funcionários. Tem muita tecnologia embarcada, recuperamos componentes eletrônicos, que fazíamos fora, mas hoje temos pessoas capacitadas, que treinamos para diminuir nossos custos e capacitar eles. Pegamos os trabalhadores novos, muita gente do interior, e treinamos eles, ensinamos tudo, mais de 500 pessoas já passaram  por aqui.

E os investimentos, de quanto foi ano passado e qual a previsão para este ano?

Em 2014 os investimentos foram cerca de R$ 16 milhões, no total. A previsão para este ano é menor, este é um ano atípico, com essa crise, devemos investir apenas R$ 10 milhões por causa da economia como está. Mas para os próximos anos a gente acredita numa melhora, quero continuar crescendo, de repente a gente é pego de surpresa. Há muitos anos a gente cresce 20% ao ano, sempre, de repente chega um ano como este que a gente retrai. Mas continuo acreditando. Já investi este ano mesmo sem ter contrato, para quando a economia retomar a gente já está preparado. O Nordeste cresceu muito, e nossa expectativa é essa. É um momento de muita obra de infraestrutura, que precisam ser retomadas e, quando forem, estaremos preparados.

Sobre infraestrutura, a parada da Fiol impactou nos seus negócios? É um momento ruim para empresa? Quando passou por um período delicado?

A Fiol tem impacto, sim. A gente tem movimento em todos os segmentos da construção. Estamos no vai e vem porque retoma e para a Fiol. Recentemente, antes de parar, a gente tinha equipamento em Brumado, Tanhaçu, Ilhéus,   Jequié, Barra do Rocha, que é perto. Todos meus equipamentos voltaram. O impacto foi grande mesmo. Se contar a Fiol e Enseada, em Maragogipe, e alguns contatos da Petrobras o impacto foi de 15% do nosso faturamento. É bem considerável, significativo. Mas não chamo de momento ruim. Para falar a verdade não me lembro de momento delicado. Posso lhe assegurar que em nenhum momento tive dificuldades. Isso porque sempre trabalhei com recursos próprios. É meu modo de cuidar, de trabalhar. É a minha filosofia de trabalho. Eu estou à frente de tudo, carrego a empresa toda. Chego aqui às 6h da manhã e saio às 20h. Se chegar às 6h02 estou atrasado. Minha empresa é muito enxuta. Sempre faço as contas e pago meus funcionários em dia. Meu filho está comigo, mas a gestão é minha, tudo passa por mim. Me dedico ao trabalho, não pago juros, não financio, está tudo pago, isso me dá uma tranquilidade para trabalhar bem.

Pretende ampliar os negócios de que forma? Vai partir para outros segmentos?

Nosso segmento é bastante diversificado. Antes era só empilhadeira, mas com vários contatos, de várias empresas, resolvemos entrar há cinco anos no segmento de plataformas aéreas. Com isso, já estamos de mudança para a BR, em uma sede nova, enorme! Saímos de 4 mil m² para 25 mil m². Vamos estar na vitrine. Vamos investir mais nas plataformas aéreas. não se arma mais andaime para subir, temos a plataforma, que é mais avançado. Mas é uma iniciativa ousada porque o investimento é alto. Hoje é mais de R$  5 milhões. Mas somos hoje o maior do Norte e Nordeste, precisamos continuar a crescer.

Quais dicas dá para quem quer investir nesse segmento?

Precisa ter muita dedicação! Isso é o principal. E tem que gostar do que faz. Eu comecei no porto e não saí mais. Fui funcionário da Souza Cruz antes, e era muito bom! Não queriam que eu saísse de lá. Sempre levei o trabalho muito a sério. Quando saí de Brumado e vim para Salvador para trabalhar, sabia que teria meu próprio negócio, era o que queria, meu objetivo. Só trabalhei em dois lugares e fui direto abrir minha empresa. Hoje, mesmo com essa estrada, continuo trabalhando duro, visito meus clientes, todos. Basta ter uma máquina apenas que eu vou lá. Não tive influência familiar nesse ramo, fiz tudo sozinho, observando as oportunidades, aproveitando de forma honesta todos os momentos que podia investir mais ou quando deveria segurar. Até hoje trabalho sozinho neste ramo. Percebi nesse segmento uma chance de ter meu próprio negócios e apostei nisso. Mas meu filho, amanhã ou depois, irá conduzir a empresa.


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